Fux sai de fininho: a jogada de mestre que pode beneficiar Bolsonaro

O pedido de Luiz Fux para trocar de turma no STF parece mais do que uma simples mudança de ambiente. A manobra, que o leva da Primeira para a Segunda Turma, pode alterar o equilíbrio de julgamentos importantes — e, curiosamente, favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Fux sai de fininho: a jogada de mestre que pode beneficiar Bolsonaro

O xeque-mate de Luiz Fux

Na política e na justiça, nada é por acaso — e a recente movimentação do ministro Luiz Fux é um exemplo disso. Depois de protagonizar um dos votos mais longos da história da Primeira Turma do STF e quase sempre contrariar a maioria de seus colegas, Fux pediu para mudar de ares. Quer ir para a Segunda Turma.

À primeira vista, parece apenas uma questão de afinidade profissional. Mas olhando de perto, o tabuleiro ganha contornos estratégicos.


A peça que muda o jogo

Na Primeira Turma, Fux se encontrava frequentemente isolado. Suas posições mais duras e alinhadas a uma visão jurídica conservadora o colocavam em rota de colisão com os colegas. Agora, ao migrar para a Segunda Turma — onde já estão André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Jair Bolsonaro —, o ministro passa a integrar um colegiado com maior proximidade ideológica.

É quase um realinhamento natural: Fux não muda apenas de turma, muda de cenário, de ambiente político e, talvez, de influência.


O efeito dominó no tabuleiro do STF

A transferência ainda precisa ser aprovada pelo presidente do Supremo, ministro Edson Fachin. Se ele autorizar, o impacto será imediato: os próximos julgamentos envolvendo aliados de Bolsonaro, e possivelmente o próprio ex-presidente, podem ganhar novos ventos favoráveis.

A composição da Segunda Turma, que analisa casos sensíveis da Lava Jato e de políticos influentes, pode pender mais para o campo conservador. E isso, na prática, significa que a “turma bolsonarista” ganha fôlego dentro da Corte.


Conclusão: uma jogada digna de um estrategista

Luiz Fux pode ter dado uma jogada de mestre. Sai de uma turma onde perdia votos e vai para outra onde, pelo menos em tese, terá aliados. Estratégia? Coincidência? Cada um tire sua conclusão.

Mas o fato é que, em tempos em que o STF é protagonista de disputas políticas e jurídicas de grande impacto, uma simples mudança de cadeira pode alterar muito mais do que o organograma do tribunal. Pode mudar o destino de quem está sendo julgado — e de quem sonha em voltar ao poder.

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