Lula e Trump: Adultos na Sala, Enquanto o Bolsonarismo Brinca no Parquinho
O encontro entre Lula e Trump desmontou as expectativas do bolsonarismo, que sonhava com humilhação e viu cordialidade. Trump foi pragmático, Lula diplomático, e o bolsonarismo… ficou sem roteiro.
O bolsonarismo vive de narrativas. E quando os fatos não colaboram, cria-se uma nova versão para tentar salvar o orgulho ferido. Foi exatamente isso que aconteceu após o primeiro encontro presencial entre Lula e Donald Trump.
A torcida da extrema direita brasileira era para que o ex-presidente norte-americano, ídolo incontestável do bolsonarismo, humilhasse Lula publicamente — como já fez com outros líderes, entre eles o ucraniano Volodymyr Zelensky e o sul-africano Cyril Ramaphosa. Queriam o espetáculo do deboche, o circo diplomático, a revanche simbólica contra o petismo.
Mas o show não veio. Em vez disso, o que se viu foram afagos, sorrisos e promessas de cooperação. “Nós nos damos muito bem”, “temos muito respeito pelo seu presidente”, “é uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, disse Trump, numa sequência de declarações que deixariam qualquer bolsonarista sem chão.
Na coletiva de imprensa na Malásia, Trump ainda completou: “Eu acho que o Brasil está indo bem. Vamos fazer negócios. Chegaremos a uma conclusão [sobre as tarifas] rapidamente.” Pragmático como sempre, deixou claro o recado: negócios acima de ideologias. “America First”, como ele mesmo resumiu — e quem quiser que entenda o subtexto.
Quando questionado sobre Jair Bolsonaro, o ex-presidente dos EUA se limitou a um vago “me sinto mal por ele”, sem imposições, sem defesa, sem bandeira hasteada. Um aceno protocolar, nada mais. O bolsonarismo, então, agarrou-se a teorias conspiratórias sobre “planos secretos” de Trump, como um náufrago que confunde chumbo com isopor.
Enquanto isso, Lula — o “odiado” dos extremistas — se comportou como um chefe de Estado. Explicou a Trump que o julgamento de Bolsonaro respeitou o devido processo legal, sem perseguição política ou jurídica. Sem pirotecnia, sem drama. Apenas diplomacia.
No fim, ficou a lição: há adultos negociando acordos, enquanto os incendiários continuam no parquinho, gritando por atenção. O mundo gira, a política se move, e o bolsonarismo segue tentando entender por que o ídolo americano preferiu o pragmatismo à briga ideológica.
Trump fez o que sempre faz — pensou nos interesses dos Estados Unidos. Lula fez o que deve fazer — defendeu o Brasil. E o bolsonarismo? Bem, esse segue se afogando nas próprias ilusões.
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