Trump bombardeia manifestantes com… merda digital? Bem-vindos à era da IA eleitoral

Quando a inteligência artificial vira burrice coletiva — e o autoritarismo ganha filtros, efeitos e trilha sonora

Trump bombardeia manifestantes com… merda digital? Bem-vindos à era da IA eleitoral

Depois de um fim de semana marcado por protestos massivos nos Estados Unidos, com milhares de pessoas gritando “No Kings” contra o crescimento do autoritarismo de Donald Trump, o ex-presidente decidiu responder — à sua maneira, claro.

Na sua rede preferida, a Truth Social, Trump publicou um vídeo gerado por inteligência artificial em que ele aparece como um piloto de caça bombardeando os manifestantes com… merda. Sim, merda. Literalmente. Uma mistura de Top Gun com fossa entupida.

O clipe, tão bizarro quanto simbólico, mostra até onde chegamos na era da desinformação high-tech. A IA generativa, ferramenta capaz de informar, educar e transformar o mundo, foi sequestrada pela política do espetáculo. Agora, virou munição digital na guerra por cliques, curtidas e votos.

Trump sabe jogar. Assim como Bolsonaro sabia: ambos entenderam que não é preciso vencer o debate — basta sequestrá-lo. Enquanto especialistas discutem ética e regulação, eles inundam a internet com deepfakes, teorias absurdas e piadas grotescas, transformando o absurdo em normalidade.

Mas o pior ainda está por vir. As eleições de 2026 prometem ser as mais artificiais da história. Literalmente. Softwares gratuitos já criam discursos falsos com vozes reais, vídeos com rostos clonados e cenas que jamais aconteceram — tudo em questão de minutos. A desinformação, que antes dependia de um exército de bots, agora precisa apenas de um prompt.

A Justiça Eleitoral, coitada, ainda tentando aprender o que é meme, vai precisar lidar com uma avalanche de deepfakes hiper-realistas. E enquanto juízes pedem perícia técnica, o vídeo falso já terá rodado o planeta três vezes e virado trend.

Vivemos um tempo em que o autoritarismo usa IA e filtros de beleza, onde o grotesco é embalado como entretenimento e o falso parece mais real que o verdadeiro. Trump, mais uma vez, entendeu a lógica: se o povo quer espetáculo, ele dá o show — mesmo que o conteúdo seja, literalmente, um banho de merda digital.

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