Trump fecha o livro sobre Bolsonaro e abre diálogo com Lula
O ex-embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, afirmou que Donald Trump considera Jair Bolsonaro um “assunto encerrado” e não pretende interferir em sua condenação. O republicano estaria se aproximando de Lula por interesses políticos e econômicos, especialmente diante das pressões internas nos EUA contra tarifas de importação.
O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, revelou em entrevista à BBC News Brasil que o ex-presidente norte-americano Donald Trump considera Jair Bolsonaro (PL) um “assunto encerrado”. A declaração marca uma mudança significativa no tom das relações entre os dois ex-líderes, antes aliados declarados em pautas conservadoras e ideológicas.
De acordo com Shannon, Trump reconheceu que não há espaço para intervir no processo judicial que levou à condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. “Sim. Por que ele vai fracassar de novo quando já fracassou uma vez? Trump é astuto nesse ponto. Ele sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra”, afirmou o diplomata, destacando a frieza estratégica do republicano.
Mudança de ventos em Washington
A nova postura de Trump estaria ligada à reconfiguração das relações internacionais e à necessidade de equilibrar interesses econômicos e políticos. Shannon explicou que o ex-presidente norte-americano passou a enxergar vantagens em se aproximar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente em temas comerciais.
Nos bastidores, fontes ligadas à diplomacia norte-americana afirmam que pressões internas nos EUA — sobretudo de setores empresariais preocupados com as tarifas de 50% — motivaram Trump a reconsiderar suas alianças no continente. Em outras palavras, a pragmática fala mais alto do que a ideologia.
De aliados a ex-amigos
A relação entre Trump e Bolsonaro, que no passado parecia um espelho ideológico, agora parece ter chegado ao fim. Bolsonaro apostou na vitória de Trump em 2020, demorou a reconhecer o resultado eleitoral americano e sempre se colocou como um aliado fiel. Mas, para Trump, a lealdade perdeu o valor quando deixou de gerar dividendos políticos.
Com isso, Trump fecha um ciclo e demonstra que, na política internacional, amizades não resistem à falta de utilidade estratégica. Resta saber como Bolsonaro e sua base reagirão à ideia de que seu maior símbolo de inspiração política agora prefere o diálogo com Lula.
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